segunda-feira, 5 de abril de 2021

Pastor que ocupa Ministério da Educação diz que igreja pode substituir escola na socialização da criança

Ao lado de Damares Alves, Ribeiro defendeu o chamado "homeschooling" em audiência na Câmara
O pastor e ministro da Educação, Milton Ribeiro - Foto: Reprodução

O ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, defendeu nesta segunda-feira (5) a adoção da educação domiciliar, o homeschooling, durante audiência realizada pela Câmara dos Deputado para debater um projeto de lei referente ao tema. A medida, defendida pelo governo Jair Bolsonaro, é criticada por entidades representativas.

Ao rebater as críticas sobre o projeto de legalizar o ensino domiciliar em razão da importância do convívio com outras crianças, Ribeiro minimizou o papel da escola na socialização. “É claro que a escola oferece essa questão, mas existem outras formas de socializar, na família, nos clubes, nas bibliotecas e até mesmo nas igrejas”, declarou.

Além de Ribeiro, a ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direito Humanos, também participou da atividade. A dupla afirmou que o homeschooling é “prioridade” do governo. Isso foi muito criticado pelas entidades participantes da audiência, como o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a Frente Parlamentar Mista da Educação, que destacaram que há temas mais relevantes para serem tidos como prioritários.

“Na minha visão, a regulamentação do ensino domiciliar compromete a convivência com diferentes grupos sociais, parte essencial do processo educativo e de humanização, pelos quais se estabelece relações de empatia, de solidariedade e de cidadania, essenciais para o desenvolvimento social, afetivo, psíquico e cognitivo de crianças e jovens”, disse Maria Helena Guimarães de Castro, presidenta do CNE.

A deputada federal Luisa Canziani (PTB-PR) foi quem convocou a audiência. Ela é relatora do tema na Câmara. Há 7 projetos de lei sobre o assunto, incluindo 3179/12, do deputado Lincoln Portela (PL-MG).

Com informações da Agência Câmara e do G1


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