sexta-feira, 19 de março de 2021

Imprudência do Governo de Pernambuco deixou o estado desamparado no combate à Covid-19

Coluna do Diego Lagedo: O eminente colapso da saúde do estado poderia ter sido evitado pelo Governo de Pernambuco. No final de julho de 2020, ainda durante o primeiro pico da pandemia, o governador Paulo Câmara assinou a retirada de R$ 70 milhões da fonte de recurso “Enfrentamento ao Coronavírus – Livre Aplicação” para alocar esse valor para pagar a dívida pública de Pernambuco. A justificativa dada pelo Governo foi que havia excesso de receita. Os recursos haviam sido enviados pelo Governo Bolsonaro no âmbito do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus. Esses recursos deveriam ter sido empregados na aquisição de mais leitos de UTI como forma de prevenção para caso acontecesse uma nova onda.

Já em agosto de 2020, hospitais de campanha começaram a ser fechados no estado e nem todos os leitos de UTI que atuavam nesses hospitais foram mantidos abertos. À época, alegou-se que parte da estrutura permaneceria guardada em galpões caso fosse necessária a sua reinstalação. Porém, não foi o que aconteceu em 2021, pois o Governo de Pernambuco realizou uma nova licitação para abrir um novo hospital no bairro dos Coelhos, no Recife, onde já tinha funcionado um hospital. Também foi alegado, à época, que o fechamento dos hospitais de campanha estava acontecendo por conta da baixa demanda, mas não havia indícios de que esse recuo fosse permanente e nem de que iria se manter quando as atividades fossem retomadas. O resultado foi uma segunda onda que pegou o Estado de Pernambuco totalmente desprevenido.

Por fim, em outubro e novembro de 2020, o Governo de Pernambuco fez vista grossa para diversas aglomerações nas campanhas eleitorais, muitas delas pelo próprio partido do governador, o PSB,o que propiciou um novo pico de Covid-19 após a eleição. Também é importante lembrar que o Governo de Pernambuco não atuou de forma efetiva para evitar aglomerações no período das férias de verão, delegando a responsabilidade para os municípios, que não tinham estrutura para chegar a toda a população.

Um misto de incompetência na gestão do Governo de Pernambuco durante a pandemia com a ânsia de atender a interesses eleitorais e econômicos do partido governante resultou na saturação do sistema de saúde do estado. A resposta do governador foi impor uma nova quarentena, o que é uma medida muito prejudicial para a economia do estado. Porém, áreas de interesse dos seus aliados, como o comércio de veículos, continuaram permitidas.

No caso desta nova quarentena que se inicia nesta quinta-feira (18), o governo do PSB mostra que está repetindo o mesmo modus operandi que deixou o estado desamparado para a segunda onda da Covid-19, aliando sua gestão duvidosa com seus interesses escusos e colocando todo o ônus nas costas da população.


Foto: reprodução/Facebook

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